domingo, 18 de dezembro de 2011

Em tom de desabafo

Está a chegar o natal, aproxima-se a passos largos e pela primeira vez estou a encará-lo com um certo positivismo, positivismo esse que está repleto de falsidade, pelo simples facto de que preciso dele, desse tão estúpido positivismo, e desse tão indesejado natal. As prendas acumulam-se debaixo da árvore, o espírito está presente em todos os recantos desta casa, casa essa onde vivo e de onde quero sair, quero conhecer o mundo, estar por minha conta.
Falsidade é a palavra de ordem, tudo me cheira a falso, a fabricado, e são raros os momentos do dia em que a verdade é mais forte, mais pura. Tento por as ideias em ordem, não consigo, pelo menos em relação a ti, e sim, mais uma vez escrevo para ti, pois tudo o que vivemos hoje me parece falso, todas as juras, todas as conversas, todas as declarações, todas as recordações. Tinhas a ideia bem colocada na tua cabeça, o fim era certo, e em relação a isso não tive qualquer alternativa.. Tento convencer-me do que está para vir, fazer planos na minha cabeça, pois não quero, de maneira nenhuma, ser apanhada de surpresa, e ao 'prever' o futuro, vejo-o negro, vejo-te um dia a magoar-me, mais uma vez, de maneiras que já fui magoada antes. Penso se tudo não terá passado de uma desculpa, de uma desculpa pré fabricada para terminar o que, supostamente, era digno de luta, segundo as tuas palavras. Foste frio, não derramaste uma lágrima durante todo o processo, e sem espinhas disseste-me que estava fora da tua vida, tiro-te o chapéu por isso. Hoje estou bem, sinto que estou bem, mas isso não apagou a tua memória. Odeio dize-lo, odeio sentir-me fraca e odeio todas as lágrimas que derramo por ti, não tenho medo de o dizer, apenas vergonha de o fazer. Os pensamentos andam pela minha cabeça, parece um turbilhão, todos os dias procuro uma resposta, um porquê que talvez me faça seguir em frente. Não tenho notícias, não sei nada de ti, nada. Pura e simplesmente quebraste todas as promessas alguma vez feitas, iamos ficar juntos para sempre, ias mostrar-me Nova Iorque, iamos ter um bulldog francês, mas principalmente, não me ias abandonar. Nunca pensei que uma só pessoa pudesse levar consigo todos os meus planos. Sou sincera, pensei em acabar tudo contigo, e tu sabes disso, mas só de pensar que te ia magoar, que irias sofrer mais uma vez, só de pensar nisso continuei a dar aos pés para me manter à tona de água, e tu disseste-me para não desistir de 1ANO E MEIO de  relação, e eu pergunto-te o que é que tu fizeste? Fizeste exactamente o que eu não quis fazer, e o que me disseste para não fazer, conseguiste dizer-me que estou a pagar por erros que não foram cometidos por mim, e eu pergunto-te se o achas justo. Hoje essa justiça que gostava de ter sentido da tua parte já não faz mais falta, já não faz mais sentido, já me magoaste, já me afastaste e já me apagaste da tua vida, parece que afinal até foi fácil. Não ouses sequer criticar-me por pensar assim, por me sentir assim, pois foste tu que descartaste a nossa relação como um penso rápido. Talvez seja pelo melhor, talvez a confiança não seja algo digno de ser esbanjado, talvez apenas precisasse que me abrisses os olhos, que me fizesses ver que o meu futuro não passa por estar ao teu lado, nunca passou.
Mais uma vez, em tom de desabafo agradeço-te por todos os bons momentos que me proporcionaste e só desejo que em algum momento da nossa relação tenhas sido realmente feliz..

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